Efeito placebo: quando a sugestão toma o controle do cérebro
No meio científico essa expressão é utilizada na avaliação do desenvolvimento e testes de novos medicamentos e pesquisas relacionadas a esse meio. Serve de parâmetro para testar a real eficácia desses medicamentos e tratamentos. É um tema muitas vezes motivo de polêmica já que envolve várias questões éticas, como a prescrição ou não desse tipo de tratamento, até porque pode ocasionar desconfianças na relação médico e paciente.
Em nosso país é uma prática vetada quando já existem tratamentos eficazes para a doença em questão. Pacientes com quadros de depressão ou problemas relacionados a causas emocionais e distúrbios psicológicos são os que mais se utilizam desse tratamento. O termo placebo não refere-se somente a remédios, pode ser utilizado para cosméticos, bebidas e terapias alternativas como a homeopatia por exemplo, inclusive em tratamentos estéticos e acessórios.
Como funciona o efeito placebo?
Trata-se de uma substância inerte, que não possui os efeitos dos fármacos, é usado como ferramenta de controle e estudo e pode ter efeitos terapêuticos, isso porque, o paciente crê que realmente está se submetendo a um tratamento efetivo e somente pelo fato dessa crença pode auxiliar a sua melhora e recuperação. Em um conceito muito básico mas de mais fácil entendimento, seria a possibilidade de reabilitação ou cura pelo poder do pensamento.
É claro que essa prática não vai curar uma doença grave e real, mas pode ajudar muito no alívio de alguns sintomas mais superficiais. Os placebos usados na medicina tem sua formulação composta, em sua maioria, por açúcar, soros (no casos de líquidos) ou qualquer componente que não tenha uma atividade famacológica, tendo em vista que o objetivo principal é que o paciente esteja convencido de que está tomando um medicamento real e tenha a expectativa de melhorar através do tratamento a que está sendo submetido.
Bases neurológicas do efeito placebo
Hoje em dia, com o avanço da ciência e da tecnologia, é possível medir os resultados dessa prática de uma maneira mais concreta, através das imagens geradas pela ressonância magnética. Já existem estudos que indicam que alguns neurotransmissores são capazes de ativarem-se para curar o corpo de algumas doenças, sobretudo as relacionadas com o estresse. De toda maneira ainda é um campo difícil de ser estudado, assim como todos as áreas relacionadas com a mente.
Alguns casos pacientes com mal de Parkinson, epilepsia e demência apresentaram bons resultados com esse tratamento, com uma melhora no seu quadro de dor. De qualquer maneira, é impressionante que o pensamento possa influenciar tanto e interferir nos processos biológicos que sofremos em nosso corpo e que às vezes usar o poder do pensamento à nosso favor pode gerar resultados.
É possível que tenha efeitos fisiológicos?
O efeito placebo constitui no principal argumento da medicina tradicional contra as terapias alternativas, que em sua maioria, não possuem estudos científicos que comprovem a sua eficácia. Diversos estudos foram realizados para tentar demonstrar os efeitos fisiológicos desse tratamento, em um dos experimentos o paciente toma o placebo acreditando que era um analgésico, o resultado foi um aumento considerável dos neurônios neurotransmissores que se ativaram para inibir a transmissão da dor, diminuindo consequentemente a sua intensidade.
Tendo isso em consideração podemos dizer que sim, pode ter efeitos fisiológicos, ainda que isso não ocorra em todos os casos, o que leva a crença de que outro fator que pode intereferir no resultado seria a genética, no entanto são teorias sem uma base científica.
A sugestão: uma grande aliada do efeito placebo
A sugestão é o que faz com que o efeito do placebo possa ser real. Um processo ainda desconhecido, que ainda carece de resultados concretos e visíveis. O estudo desse fenômeno é extremamente interessante, o fato de nossas crenças influenciarem em processos mentais básicos, chegando até mesmo a alterar ou modificar aspectos no nosso organismo ou na nossa saúde e no nosso bem-estar.
É um tema muito importante, que ainda tem muito o que ser estudado e seus efeitos analisados de acordo com cada caso em concreto. A esperança de que em um futuro possamos ter mais certezas a respeito dessa técnica anima muitas pessoas e os cientistas, que estão sempre na busca de tratamento alternativos que, aliados a medicina tradicional possam amenizar os efeitos de algumas doenças.